Na primeira semana os atletas estavam muito felizes por estarem no Pan, depois de superarem duras eliminatórias para chegar até aqui.
Na segunda, o ambiente na Vila foi tenso. Era chegada à hora do “vamo-ver”, a cobrança dos resultados. Agora que entramos na reta final temos que encorajar e tranquilizar os que ainda vão competir, consolar os que amargam a derrota e ajudá-los a lidar com suas frustrações e juntarem os seus cacos…
Infelizmente, o subproduto da vitória de poucos é a derrota de muitíssimos. A régua de medir sucesso desse mundo é muito cruel para com os perdedores…
As pressões psicológicas, emocionais e espirituais inerentes ao esporte de alto rendimento em um evento dessa magnitude tem me proporcionado um tempo de qualidade, com vários atletas e treinadores. Estudamos Efésios 6:10 a 20; usando o exemplo da armadura de última geração do Iron Man e comparamos a energia potencial de João 14:23 com o mini reator atômico que fornece energia para a armadura do Iron Man derrotar seu vilão hitech no meio de uma corrida de F1 em Mônaco.
Os atletas ficam de boca aberta vendo o vídeo dessa luta de fição cientifica, mas entendem bem o princípio. Alguns ousaram aplicá-lo em sua luta contra suas próprias fraquezas, as pressões da competição e as artimanhas do Supertraira. Eles venceram competições e conquistaram medalhas.
O México refém do narcotráfico passa por uma onda de violência que aterroriza sua população. Por isso, os cristãos daqui organizaram um baita festival de música sob o tema La Paz es Possible com muitas bandas Gospel, Rock Roll e Jesus Cristo, na Praça da Basílica da Virgem de Zapopan, uma versão mexicana de Nsa. Sra. Aparecida.
Para abrilhantar o evento, levei um técnico, ex-atleta, para dar o seu testemunho, onde compareceram outros atletas de vários países. Ele mandou muito bem na Palavra apesar de lhe terem dado apenas 5 minutos.
Lá encontramos setenta brasileiros levados pelo Grava fazendo street evangelismo não convencional no meio da multidão, em treinamento para a formação dos treinadores de treinadores dos milhões dos irmãos que vão atuar no projeto Joga Limpo Brasil em 2014 e 2016. Eles ficaram muito felizes encontrar a gente e nós em fazermos parte do mesmo time dirigido pelo Altíssimo.
Voltamos correndo para a Capela Ecumênica onde falei no culto da noite sobre TPC - Tensão PréCompetição. Em portunhol, abordei o tema da pre-ocupação e ansiedade baseado em Mateus 6:24 a 36 e Salmo 37:4 e 5, ilustrados por muitas histórias dos campos, quadras e pistas. Seis atletas brasileiras de esportes variados, três cubanos, um colombiano, um argentino e duas mexicanas estavam presentes. Embora tenhamos um bom violão e um par de surdos, não apareceu ninguém que pudesse tocá-los. Mas uma capelã poliglota, polivalente e brasileira salvou a pátria dirigindo o louvor trilingue só no gogó. E ainda traduziu minha fala para as brasileiras.
Assisti o jogo Brasil 1 x Argentina 1. E cheguei a duas conclusões:
1 – O melhor homem em campo foi o juiz.
2 – O futebol masculino precisa de Deus muito mais do que a gente pensa.
No futebol feminino algumas meninas têm buscado ajuda divina. Assistindo aos jogos delas, fica bem claro que estão jogando muito melhor que os marmanjos, apesar da limitação de contarem com bem menos apoio e recursos da parte de nossos cartolas.
Os atletas que concluem sua participação no Pan têm que ir embora para dar lugar aos que chegam. Eles desaparecem como se tivessem sido arrebatados. A Vila se renova todos os dias e temos que recomeçar os contatos com os que chegam sem tempo de nos despedir dos que vão.
Entre os novos, encontrei um que já conhecia das Olimpíadas da Grécia e Beijing. Fui recebê-lo na porta da delegação. No mesmo dia veio à capela para aconselhamento e oração e trouxe boa parte de seus colegas para o culto de domingo no Teatro de Las Naciones na área internacional, fora da zona residencial, onde me escalaram para trazer a mensagem.
Pego de surpresa com a escalação, fiquei tão estressado quanto os atletas antes das competições. O dia foi passando e não conseguia me concentrar na escolha do tema para falar em praça pública. Foi aí que tive que por em prática o que estava ensinando aos atletas:
- Não andeis ansiosos por coisa alguma. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e Ele tudo fará.
Armei o despertador para as cinco da matina e fui pra cama mais cedo. Mas antes dele tocar. Deus me deu um sonho com a mensagem prontinha! Foi só acordar, reler as passagens prescritas, digitar no computador e “ir pro jogo”.
Foi um momento muito especial com muitos atletas, capelães, voluntários de vários países e, muito louvor a Deus, junto com os muitos megawatts de uma das melhores bandas de gospel que já vi.
A rotina aqui é puxada e cansativa. Com os atletas, trabalho até a exaustão. Mas estou grato a Deus por ter me enviado para cá e a todos que tornaram possível essa missão.
Preciso muito das suas orações.
Com Cristo no Pan,
Alex
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