Gilberto Dimenstein, jornalista e colunista do jornal Folha de São Paulo, em seu comentário na Folha.com, criticou os evangélicos e fez comparações entre a Marcha para Jesus e a Parada Gay.
No final do texto Dimenstein comentou que São Paulo é mais Gay do que evangélica. Clique na foto abaixo do Blog do Reinaldo e leia o texto escrito por ele na integra:
O texto publicado nesta sexta-feira na Folha.com resultou em duras críticas até mesmo de colegas de profissão, como o colunista da Veja.com Reinaldo Azevedo, que foi taxativo ao dizer que o texto de Gilberto é tolo e preconceituoso.
O artigo de Gilberto Dimenstein, que tem o título: “São Paulo é mais Gay ou mais Evangélica?” fala sobre a diversidade como ponto mais interessante da cidade de São Paulo, cita a proximidade da parada Gay com a Marcha evangélica, ambas acontecem em São Paulo e ambas são consideradas as maiores do mundo, cada uma em sua área.
Dimenstein escreveu que apesar da proximidade entre ambas “elas têm diferenças brutais”. Em seguida o articulista inicia uma defesa ao homossexualismo e seus militantes ao dizer que “os Gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados”.
Para Gilberto, a parada “evangélica não respeita os direitos gays” e em seguida escreve que os evangélicos “querem uma sociedade com menos direitos e menos diversidades”.
“Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF”, escreveu Gilberto.
Reinaldo Azevedo, o analista político da Veja que fez uma análise minuciosa no texto de Dimenstein, escreveu “é um texto tolo de cabo a rabo; do título à última linha”.
“Fizesse tal consideração sentido, a cidade é ‘mais heterossexual’ e ‘mais católica’, porque são essas as maiorias, embora não-militantes”.
E questionou: “Os verdadeiros democratas sempre se contentam com a ordem legal como ela é. Sendo assim, por que os gays estariam, então, empenhados em mudá-la?”.
Azevedo deu o significado das clamações de Dimenstein como “PRECONCEITO”, rebatendo as críticas sobre o direito dos gays, apontando o própria PLC 122, reivindicado pelos homossexuais, em que ele alega interferir no direito de liberdade de expressão e religiosa.
“O tal PLC 122, por exemplo, pretende retirar dos evangélicos — ou, mais amplamente, dos Cristãos — o direito de expressar o que suas respectivas denominações religiosas pensam sobre a prática homossexual”, expôs o analista político da Veja.
No fim das contas, ironizou Azevedo, para o articulista, os gays são naturalmente progressistas, e tudo o que fizerem resulta em avanço. Enquanto isso, ele aponta, os evangélicos são naturalmente reacionários, e tudo o que fizerem, resulta em atraso.
Dimenstein ainda escreveu que na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, apontando para o número de políticos no desfile em posição de liderança”.
Azevedo justificou, dizendo que “Em qualquer país do mundo democrático, questões religiosas e morais se misturam ao debate eleitoral, e isso é parte do processo”.
“Políticos também desfilam nas paradas gays, como todo mundo sabe”.
Para Azevedo o texto foi “falacioso” e intencionou dizer que “os militantes gays são bonzinhos — querem que todos sejam alegres — e os evangélicos são maus”.
Leia abaixo o texto do Colunista Dimenstein ou você pode ler na Folha.com
São Paulo é mais gay ou evangélica?
Como considero a diversidade o ponto mais interessante da cidade de São Paulo, gosto da ideia de termos, tão próximas, as paradas gay e evangélica tomando as ruas pacificamente. Tão próximas no tempo e no espaço, elas têm diferenças brutais.
Os gays não querem tirar o direito dos evangélicos (nem de ninguém) de serem respeitados. Já a parada evangélica não respeita os direitos dos gays (o que, vamos reconhecer, é um direito deles). Ou seja, quer uma sociedade com menos direitos e menos diversidade.
Os gays usam a alegria para falar e se manifestar. A parada evangélica tem um ranço um tanto raivoso, já que, em meio à sua pregação, faz ataques a diversos segmentos da sociedade. Nesse ano, um do seus focos foi o STF.
Por trás da parada gay, não há esquemas políticos nem partidários. Na parada evangélica há uma relação que mistura religião com eleições, basta ver o número de políticos no desfile em posição de liderança. Isso para não falar de muitos personagens que, se não têm contas a acertas com Deus, certamente têm com a Justiça dos mortais, acusados de fraudes financeiras.
Nada contra --muito pelo contrário-- o direito dos evangélicos terem seu direito de se manifestarem. Mas prefiro a alegria dos gays que querem que todos sejam alegres. Inclusive os evangélicos.
Civilidade é a diversidade. São Paulo, portanto, é mais gay do que evangélica.
Gilberto Dimenstein, 53 anos, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha.com às segundas-feiras.
§ E-mail: palavradoleitor@uol.com.br
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