Vitória brasileira, carnaval africano
RESUMO DA RODADA — As últimas quatro seleções que ainda não haviam estreado na Alemanha 2011 entraram em campo nesta quarta-feira, 29 de junho, em Augsburgo e Mönchengladbach.
Na sede mais meridional do torneio, originalmente uma base militar romana, todos esperavam uma artilharia pesada da Noruega sobre a Guiné Equatorial. Disputada sob um sol escaldante, no entanto, a partida não seguiu o roteiro previsto e a seleção que parecia modesta se mostrou muito mais resistente.
Talvez inspiradas em Marta e companhia, que jogariam em seguida, as africanas exibiram um futebol bem brasileiro: pedaladas, tentativas por cobertura, chutes de todos os ângulos, bicicletas, enfim, o tradicional futebol-arte. No fim, contudo, prevaleceu a experiência da seleção europeia - no caso, nem tão experiente assim, já que o gol da vitória foi marcado por Emilie Haavi, de apenas 19 anos.
No segundo jogo do dia, em Mönchengladbach, o duelo entre o Brasil, finalista em 2007, e a cada vez melhor seleção da Austrália se anunciava promissor. No histórico de oito confrontos entre os dois países, nenhum empate. Além do mais, as australianas tinham levado pelo menos um gol nas suas 13 partidas anteriores na competição. Somado a isso, havia ainda o fato de que o jogo seria disputado na casa dos "potros de Gladbach", uma equipe que encantou a Europa nos anos 1970 com um futebol impecável.
A expectativa era grande, o festival de gols estava para começar... e nada. Apesar do excelente embate, as defesas ofuscaram os ataques, talvez indicando uma nova tendência no futebol feminino. Mas uma única jogada no melhor estilo do futebol brasileiro foi capaz de impedir o empate sem gols e preservar as estatísticas entre as duas seleções.
O gol do diaRosana (9/2ºT), Brasil x Austrália
Um gol no melhor estilo do futebol brasileiro: Cristiane deu um chapéu na entrada da área e passou de cabeça para Rosana, que se livrou da marcação com um drible da vaca semi-aéreo e desferiu um voleio de canhota para o fundo das redes. Indefensável.
Um gol no melhor estilo do futebol brasileiro: Cristiane deu um chapéu na entrada da área e passou de cabeça para Rosana, que se livrou da marcação com um drible da vaca semi-aéreo e desferiu um voleio de canhota para o fundo das redes. Indefensável.
Momentos marcantesApoio divino
Três freiras portando lenços com as cores da Alemanha estavam especialmente animadas nas arquibancadas de Augsburgo, participando inclusive da passagem da ola. Uma imagem surpreendente para uma partida igualmente incrível entre Noruega e Guiné Equatorial. Para quem elas torciam? Só Deus sabe...
Três freiras portando lenços com as cores da Alemanha estavam especialmente animadas nas arquibancadas de Augsburgo, participando inclusive da passagem da ola. Uma imagem surpreendente para uma partida igualmente incrível entre Noruega e Guiné Equatorial. Para quem elas torciam? Só Deus sabe...
No ritmo certoJá virou ritual o aquecimento "musical" das brasileiras. Na chegada ao vestiário nesta quarta-feira, Marta tocava triângulo enquanto Cristiane cantava e Aline fingia filmar a cena, tudo isso com uma música brasileira tocando ao fundo no rádio. O método parece funcionar, já que a seleção canarinho conquistou os três pontos. Já Guiné Equatorial ainda não atingiu o mesmo nível de sofisticação no seu show, embora o aquecimento tenha terminado com uma canção puxada por Christelle. As africanas ainda têm muito a aprender com as meninas do Brasil.
Nova geraçãoAs partidas desta quarta-feira provaram que experiência não é tudo. Emilie Haavi, de 19 anos, marcou o gol da vitória norueguesa contra a Guiné Equatorial. Já a australiana Caitlin Foord, terceira jogadora mais jovem do torneio, com 16 anos e 218 dias, conseguiu segurar durante 90 minutos uma certa Marta, cinco vezes eleita a Jogadora do Ano da FIFA.
O número
24 — Após ter entrado no segundo tempo da partida contra a Guiné Equatorial, Lene Mykjaland teve de ser substituída apenas 24 minutos depois em razão de uma pancada na coxa. A participação-relâmpago da norueguesa foi a segunda mais rápida da história da Copa do Mundo Feminina da FIFA, após os 17 minutos da japonesa Eriko Arakawa em 2007.
24 — Após ter entrado no segundo tempo da partida contra a Guiné Equatorial, Lene Mykjaland teve de ser substituída apenas 24 minutos depois em razão de uma pancada na coxa. A participação-relâmpago da norueguesa foi a segunda mais rápida da história da Copa do Mundo Feminina da FIFA, após os 17 minutos da japonesa Eriko Arakawa em 2007.
O que elas disseram
O que vem por aí?Quinta-feira, 30 de junho
Canadá x França, Bochum, 13h (horário de Brasília)
Alemanha x Nigéria, Frankfurt, 15h45 (horário de Brasília)
Canadá x França, Bochum, 13h (horário de Brasília)
Alemanha x Nigéria, Frankfurt, 15h45 (horário de Brasília)
Cristiane e Rosana destacam trabalho em equipe
Gazeta Press
Apesar da expectativa do torcedor por uma goleada diante da Austrália, a Seleção Brasileira conseguiu uma vitória magra por 1 a 0 após encontrar muitas dificuldades na estreia da Copa do Mundo Feminina da FIFA. De acordo com a atacante Cristiane, autora do passe para o gol de Rosana, o equilíbrio entre os dois times em Monchengladbach era esperado.
"Essa Copa do Mundo será muito equilibrada. Nós sabíamos da capacidade da Austrália e também de que o jogo seria pegado. De repente o pessoal pensa que dentro de campo o jogo será molezinha, mas não é não", explicou Cristiane.
Ao longo do duelo, o time do técnico Kleiton Lima teve dificuldades para transpor a defesa bem postada da Austrália e Marta, um dos destaques do plantel, não brilhou. Para Cristiane, o objetivo na competição é garantir a vitória, mesmo que o time não apresente um futebol vistoso.
"Tivemos que abrir mão da nossa posição para reforçar as outras. É sempre um sacrifício. O importante é vencer, independente se o jogo é bonito ou não. Temos que continuar com esse espírito. Este é o nosso diferencial, além da nossa movimentação, que sabemos utilizar para surpreender as adversárias", encerrou a artilheira.
Elemento surpresa
Superando a forte defesa adversária, Rosana foi o destaque do embate ao anotar único gol da Seleção e foi outra a destacar o trabalho em grupo da equipe. "Esse resultado mostra como nosso time é aguerrido, que briga, que quando não vai pela técnica, vai pela raça", disse a centroavante Rosana.
Superando a forte defesa adversária, Rosana foi o destaque do embate ao anotar único gol da Seleção e foi outra a destacar o trabalho em grupo da equipe. "Esse resultado mostra como nosso time é aguerrido, que briga, que quando não vai pela técnica, vai pela raça", disse a centroavante Rosana.
"As meninas estão de parabéns, pois nesse time uma depende da outra. Eu só fiz o gol porque a Cristiane conseguiu passar a bola para que eu chutasse no gol e porque a Aline defendeu bem lá atrás. Então fico feliz pelo resultado", explicou.
Após a vitória, o Brasil foca agora o próximo duelo diante da Noruega, marcado para o dia 3 de julho, em Wolfsburg. De acordo com a atacante, o time brasileiro parte confiante para o confronto.
"Estamos acostumadas a enfrentar a Noruega. É um time muito difícil, mas vamos nos preparar bem para esse jogo. Acredito que com essa união e essa força que temos, tudo dará certo", finalizou a camisa 6 da seleção.
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