segunda-feira, 2 de maio de 2011

Nos pênaltis, Timão vence Verdão e vai à final do Paulista contra o Santos

Depois de um empate por 1 a 1 no tempo normal, Corinthians faz 6 a 5 nas penalidades. Jogo foi recheado de polêmicas, expulsões, provocações...

Por Leandro Canônico e Marcelo Prado São Paulo
Deu Corinthians! Mas foi sofrido, como a Fiel afirma gostar. Depois de um empate por 1 a 1, recheado de polêmicas, lesões, provocações e expulsões, o Timão bateu o Palmeiras nos pênaltis por 6 a 5, neste domingo, no Pacaembu, e avançou à final do Campeonato Paulista. O adversário será o Santos, que eliminou o São Paulo. Maioria no estádio, a torcida alviverde reconheceu a garra da equipe e aplaudiu depois da eliminação.
A primeira partida será no próximo domingo, dia 8 de maio, no estádio do Pacaembu. E o jogo de volta no dia 15, na Vila Belmiro, na Baixada Santista.
O Corinthians teve um jogador a mais desde os 24 minutos de jogo, quando Danilo foi expulso por carrinho em Liedson. Mas o jogo foi nervoso, tenso, e o Timão não conseguiu se impor. Saiu perdendo, com gol de Leandro Amaro, mas empatou com o talismã Willian e saiu a salvo da “guerra” da arbitragem.
A polêmica com relação à arbitragem do clássico surgiu no início da semana, quando o “Jornal da Tarde” publicou matéria dizendo que Paulo Cesar de Oliveira havia sido indicado pelo Timão, com o aval do Verdão. A matéria, aliás, cravava o árbitro como o escolhido para apitar o dérbi, antes mesmo do sorteio.
Embora a direção do Palmeiras tenha reclamado e pedido a retirada de Paulo Cesar de Oliveira da lista dos oito árbitros presentes no sorteio, a Federação Paulista o manteve e viu o nome do juiz ser confirmado após cerimônia com transmissão ao vivo e testemunhas. A chance de Paulo Cesar era de 12%.
O Verdão seguiu reclamando, colocando a arbitragem sob suspeita. Fato que irritou o presidente do Corinthians, Andrés Sanches. No sábado, ele convocou uma coletiva no CT Joaquim Grava e afirmou que as reclamações do rival alviverde já faziam parte de uma tática para justificar uma eventual eliminação.
Na realidade, o que isso tudo provocou foi um jogo tenso, à flor da pele.
Tensão!
kleber palmeiras corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Kleber reclama de falta: jogo nervoso desde os primeiros minutos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Poucos lances e muita confusão. Nervoso, o Palmeiras entrou em campo “pilhado”, como se diz popularmente. Parecia estar na mesma vibração da torcida, que, irritada com as polêmicas em relação à arbitragem durante a semana, pressionou Paulo Cesar de Oliveira desde a primeira falta marcada em favor do Corinthians.
Dentro desse ambiente tenso, Valdivia esquentou ainda mais o clima ao provocar Chicão, ameaçando jogar a bola na cara do zagueiro alvinegro, aos dois minutos. Logo depois, no lance seguinte, Kleber, um dos palmeirenses mais exaltados em campo, foi advertido com o cartão amarelo por falta em Leandro Castán.
Em um raro momento de futebol, o Verdão fez o Timão recuar e arriscou com alguns chutes de fora da área. Primeiro com Marcos Assunção, depois com Valdivia. E foi de um chute do Mago que o goleiro Julio Cesar rebateu que quase saiu o primeiro gol do jogo. Mas Luan e Rivaldo não conseguiram aproveitar o rebote.
O Corinthians, então, tentou explorar a velocidade do trio ofensivo formado por Jorge Henrique, Dentinho e Liedson. Não conseguiu. E, com pouco futebol, sobrou espaço para confusão (e lesões). A partida, aliás, começou a pegar fogo depois que Valdivia deu seu chute no vácuo e sentiu a perna de apoio, no caso a esquerda (assista ao vídeo abaixo).
Isso foi aos 20 minutos. Logo na sequência, o chileno pediu para sair. Mas antes mesmo de ele ser substituído, houve mais confusão. O zagueiro Danilo deu um carrinho frontal em Liedson e levou cartão vermelho. O corintiano também entrou forte no lance, mas não foi advertido por Paulo Cesar de Oliveira.
Era para Lincoln entrar no lugar de Valdivia, mas Felipão teve de recompor a zaga. Escalou, então, Leandro Amaro, aos 26. Dois minutos depois, porém, o técnico alviverde foi expulso por conta de uma reclamação, seguida de uma discussão acalorada com Tite:
- É sempre assim, você fala demais, fala demais - dizia Tite.
Inconformado com a expulsão, Felipão fez jogo duro. Só deixou o banco de reservas depois que Policia Militar chegou. Acompanhado de quatro oficiais, o técnico ainda deu canseira e ficou na boca do túnel. Somente depois de uns dez minutos é que desceu para acompanhar o jogo na sala de imprensa do estádio.
- É ridículo. Só isso - esbravejou o palmeirense Kleber, na saída para o intervalo.
Sem espaço para o futebol, Palmeiras e Corinthians fizeram um primeiro tempo pouco produtivo, mas bastante aguerrido. Tanto que, aos 38 minutos, o Verdão perdeu mais um jogador por lesão. Foi Cicinho, que sentiu a coxa direita e deixou o campo para a entrada de João Vitor. Restava apenas uma alteração ao Alviverde.
felipão palmeiras corinthians (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Felipão faz jogo duro ao ser expulso no clássico e só sai do banco de reservas após chegada de policiais (Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)
Jogão!
Os 15 minutos de intervalo serviram para acalmar os ânimos das duas equipes, em especial do Palmeiras. Com outra postura, o Verdão foi para cima do Timão e por muito pouco não abriu o marcador aos seis minutos. Marcos Assunção bateu falta com perfeição e obrigou Julio Cesar a se esticar todo para defender.
E foi do escanteio provocado por essa espalmada que saiu o gol do Palmeiras, que sufocou o rival nos minutos iniciais do segundo tempo. Aos sete, Marcos Assunção cobrou fechado, e Leandro Amaro, zagueiro que entrou na vaga do machucado Valdivia, desviou de cabeça na primeira trave.
O gol inflamou a torcida alviverde na arquibancada do Pacaembu. A cada lance, a cada desarme, a cada chute, a vibração era enorme. Ao Corinthians, então, restou tentar uma reação. E para melhorar a ligação do meio de campo com o ataque, Tite sacou Alessandro e mandou a campo o peruano Luis Ramírez.
Logo na sequência, Tite sacou Dentinho e escalou Willian. Mas o Palmeiras estava vibrante. Mesmo com um jogador a menos, a equipe de Felipão não dava espaços para o rival alvinegro. O jeito foi tentar arriscar de fora da área. Mas o atacante Willian não deu sorte. Aos 17 minutos, ele escorregou e pegou mal na bola.
Rapidamente, porém, ele se redimiu. E com o gol de empate. Aos 19 minutos, após cobrança de escanteio de Jorge Henrique, Willian desviou de cabeça. A zaga chegou a tirar a bola, mas o auxiliar levantou a bandeira, correu para o meio e confirmou o gol: 1 a 1. Os palmeirenses, no entanto, reclamaram.
Com o empate do Corinthians, o jogo ficou mais aberto. E o Palmeiras voltou a arriscar alguns chutes. Luan assustou aos 25, Kleber aos 27... Mas a melhor chance mesmo saiu dos pés de Marcos Assunção. O volante cobrou falta aos 38 minutos, e Julio Cesar viu a bola raspar o seu travessão.
O Timão ainda fez uma pressão no final, mas a decisão foi mesmo para os pênaltis. E deu Corinthians, por 6 a 5. Os gols alvinegros foram marcados por Chicão, Willian, Fábio Santos, Leandro Castán, Morais e Ramírez. Pelo Palmeiras, Kleber, Marcos Assunção, Márcio Araújo, Luan e Thiago Heleno marcaram. Mas João Vitor desperdiçou sua cobrança.
Ficha técnica:
PALMEIRAS 1 (5) X 1 (6) CORINTHIANS
Deola; Cicinho (João Vitor), Danilo, Thiago Heleno e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Tinga (Patrik) e Valdivia (Leandro Amaro); Luan e Kleber.Julio Cesar; Alessandro (Ramírez), Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Bruno César (Morais) e Jorge Henrique; Dentinho (Willian) e Liedson.
Técnico: Luiz Felipe Scolari.Técnico: Tite.
Gols: Leandro Amaro, aos sete, e Willian aos 19 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Kleber (PAL); Alessandro, Fábio Santos, Bruno César, Ralf, Leandro Castán (COR). Cartão vermelho: Danilo (PAL)
Público: 33.861 pagantes. Renda: R$ 949.238,00.
Local: Pacaembu, em São Paulo (SP). Data: 01/05/2011. Árbitro: Paulo Cesar de Oliveira. Auxiliares: JVicente Romano Neto e Alex Alexandrino.

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