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| Polícia acredita que haverá confronto entre torcidas |
O Ministério Público de São Paulo
considera de alto risco o confronto entre Corinthians e Vasco pelas
quartas de final da Copa Libertadores. O histórico recente de violência
entre as torcidas contribuiu para análise definitiva do caso. Por isso, a
promotoria paulista sugeriu e as caravanas dos torcedores visitantes
serão acompanhadas pelo MP nos dois jogos. O primeiro, na próxima
quarta-feira, às 21h50, em São Januário. A proteção aos corintianos será
reforçada e a Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que irá reagir
com tiros, caso seja necessário.
A ideia do promotor Thales Cezar de
Oliveira é que um profissional de cada cidade acompanhe os visitantes
nas partidas. Assim, além da PM, o Ministério Público participará das
operações. A medida tem poder intimidatório, além de facilitar ações por
parte do órgão em casos de atos de violência. As reclamações de
torcedores quanto ao tratamento dos policiais também serão acompanhadas
de perto para a transparência nas operações.
“Em termos de segurança, esse jogo é
como se fosse um clássico estadual, a rivalidade é a mesma. Por isso,
merece muita atenção”, disse Oliveira, coordenador do plano integrado de
ação que trata de jogos de futebol em São Paulo.
Comandante do GEPE (Grupamento Especial
de Policiamento em Estádios) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o
tenente-coronel João Fiorentini Guimarães apoiou a iniciativa do
Ministério Público e avaliou a dimensão exata de um confronto também
considerado de alto risco pela corporação.
“Recebi a informação do Ministério
Público do Rio de Janeiro e será uma honra essa presença. O trabalho da
PM precisa ser transparente. A presença do Ministério Público, ou
qualquer outro órgão, sempre será bem vinda. Sabemos da rivalidade
existente entre as torcidas e que elas não vão sentar para fazer um
churrasco juntas. Considero um dos jogos mais importantes em questão de
segurança. Mais até do que Vasco e Flamengo pelas características:
distância das praças, deslocamento, estradas. Uma área muito maior para
policiar. Mas já passamos as orientações aos corintianos e tomamos as
providências para evitar problemas”, afirmou.
O “mapa” para a torcida do Corinthians
foi passado em reunião com representantes de organizadas. Os torcedores
já sabem o horário e local do ponto de encontro para a escolta, além de
materiais permitidos em São Januário. A PM recomendou apenas o
necessário, já que o excesso atrasa a revista e a entrada dos
visitantes. O oficial aproveitou para responder as queixas dos
corintianos de que só entram durante o segundo tempo quando vão a São
Januário.
“Fiz Vasco e Corinthians no ano passado.
Para evitar problemas preciso que a torcida chegue cedo. O acesso em
São Januário é complicado. Com 40 ou 50 ônibus, não consigo chegar lá no
horário com engarrafamento. O Corinthians não cumpriu na ocasião e
entrou depois. A torcida do São Paulo estava toda dentro de São Januário
antes do jogo contra o Vasco começar no mesmo campeonato. Eles chegaram
na hora, essa foi a diferença.
Se conseguirem chegar cedo vou
colocá-los no horário normal do jogo. O torcedor paga para assistir ao
jogo inteiro e quero que ele assista tudo. No ano passado, vieram 46
ônibus do Corinthians e coloquei 42 no estádio. Quatro quebraram. O
problema com um foi causado em razão de o motorista atrasar e decidir
chegar sem escolta. O ônibus foi apedrejado. Eles também marcaram muitos
pontos de saída de São Paulo e chegaram em horários diferentes”,
comentou.
Além de a violência entre corintianos e
vascaínos ter crescido nos últimos anos, a recente briga envolvendo
Mancha Alviverde e Gaviões da Fiel, com a morte de dois palmeirenses,
aumentou o grau de risco nos jogos. A vascaína Força Jovem é aliada da
Mancha. Torcedores das duas organizadas se misturam nas partidas contra o
Corinthians em São Januário e no Pacaembu. O objetivo da PM é evitar
essa prática, assim como a consumação de ameaças através das redes
sociais. O tenente-coronel foi duro nas palavras e disse que a polícia
usará disparo de arma de fogo caso seja necessário.
“Estou em contato constante com a
polícia de São Paulo. Existe uma preocupação com a presença de
palmeirenses visando promover violência. O nosso objetivo é oferecer
segurança. Monitoramos as redes sociais. Posso dizer que as organizadas
do Vasco conhecem os nossos policiais. Não vou admitir qualquer tipo de
comportamento violento por parte da torcida do Vasco ou do Corinthians.
Qualquer atitude acarretará em prisão. Se algum torcedor efetuar disparo
de arma de fogo a polícia vai revidar da mesma forma. Não tenha a menor
dúvida disso. Será a mesma reação. E com os torcedores sendo conduzidos
ao Jecrim [Juizado Especial Criminal] ou delegacia mais próxima”,
encerrou.
Nesta terça-feira, o comando da Polícia
Militar define o efetivo policial que irá trabalhar no jogo. Cães,
cavalaria e Batalhão de Choque também serão utilizados na segurança,
além do GEPE e policias do Batalhão de São Cristóvão, área responsável
pelo estádio de São Januário.
Fonte: UOL

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